quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Competição materna

Será que nossas mães e avós também sofriam toda essa pressão por parte das outras mães? Ou será que essa neura toda vem apenas da nossa geração, já tão acostumada a competir por tudo nessa vida?
Porque, gente!! A coisa tá difícil, hein?

Depois que nosso baby nasce, é comum conseguir puxar papo com a maior facilidade do mundo. Seja na fila do supermercado, seja no Espaço Família dos shoppings, seja na loja, no banco, ......onde quer que você esteja, se estiver acompanhada do seu fofinho, vai acabar batendo papo com outra mãe (ou avó, ou tia). Isso é gostoso!

Mas tem gente que anda perdendo totalmente a noção do que é simplesmente bater papo, trocar experiências......a conversa, que deveria ser agradável, vira um grande interrogatório.

Dois exemplos que aconteceram comigo recentemente:

1) Estava chegando à casa da minha cunhada com meu baby (que tinha 9 meses na época). Enquanto esperava o maridão pegar as coisas e fechar o carro, fiquei na calçada com ele no colo. Então chegou uma senhora. Primeiramente, me perguntou a idade dele. Respondi.
Ela: meu netinho tem 8 meses
Eu: que fofo!
Até aí tudo bem! Mas logo começou:
Ela: ele já anda?
Eu: não
Ela: meu neto anda desde os 6 meses (tá bom!)
Ela: quantos dentes ele tem?
Eu: 4
Ela: meu neto já tem 8
Ela: ele já fala?
Eu: coisas de bebê
Ela: meu neto já fala mamãe, papai, nenê e au-au
Nessa hora (graaaaças a Deus), meu marido chegou e me salvou da louca.

Agora, me respondam!! Como é que a pessoa pode achar normal chegar do nada para uma total desconhecida e vomitar esse monte de perguntas? Vomitar mesmo, porque ela não me dava tempo nem de responder direito e já vinha contando as vantagens do seu super neto (porque vamos combinar, né? Pela descrição, o menino será o próximo Einstein).

2) Estava eu no berçário da igreja com meu baby. Como ele estava feliz da vida brincando com as outras crianças, me sentei tranquilamente em uma das poltronas e fiquei olhando o que rolava.

Fiquei chocada com o papo das mães. No lugar de trocarem experiências saudáveis entre si, competiam fervorosamente umas com as outras se gabando do quanto:
- a festa de aniversário tinha sido maior e melhor
- o comportamento da criança era infinitamente melhor do que o de todas as crianças do mundo
- a vida era muito melhor do que as das demais mães
- e por aí foi!

Fiquei literalmente chocada. Não só por essa neura de competição, mas pelo nível de mentiras contadas apenas pra nunca ficar por baixo. Por exemplo: a mãe dizer que, em 1 ano de vida, o bebê NUNCA chorou, só resmungou. Ou que NUNCA fez birra, obedece a tudo logo no primeiro não......por favor, né?

Toda criança tem características melhores e piores que as demais....assim como todo ser vivente nesse mundo! Ninguém é melhor do que ninguém e, definitivamente, ninguém merece crescer com esse peso de ser o melhor em tudo nos ombrinhos.

E vamos ser sinceros: essas mães (e avós, e tias) enlouquecidas não querem mostrar o quanto os filhos são melhores.....a grande verdade é que elas usam os filhos pra se auto-afirmarem. E isso é feio! Muito feio!

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