segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Mãe zumbi

Você já deve ter ouvido esse termo, né?

Quem está grávida, cansa de ouvir a frase: "dorme bastante agora, porque depois...." e quem já teve seu bebê, morre de inveja das grávidas que podem dormir e, principalmente, se arrependem de não terem obedecido fielmente esse conselho (tantas ótimas oportunidade de sono desperdiçadas, meus Deus!).

Pois é!! A mãe zumbi nasce assim que vai para casa com seu tesouro! Ela nasce assim que o pequeno começa a trocar o dia pela noite. Ou passa a sofrer com as terríveis cólicas. Ou acorda de 2h em 2h pra mamar. Ou simplesmente se recusa a dormir. Ou tudo isso junto (o que costuma ser o mais comum).



Enfim....é uma infinidade de razões, mas o fato é que toda mãe de recém nascido se torna uma mãe zumbi. Os principais sintomas:

- olheiras
- tonturas
- bocejos a todo momento
- sono o tempo inteiro
- dores de cabeça
- você não dorme mais, desmaia
- não dá coragem nem de trocar de roupa
- você sente que sua vida se resume a dar o peito e trocar fraldas

Se você se identificou com pelo menos 3 características citadas acima, bem vinda ao clube das mães zumbis.

É sofrido, é mega cansativo, chega a doer (tanto no coração quanto no corpo, literalmente), mas tem um lado bom: passa!!

Isso mesmo! Essa fase passa! Claro que, vez ou outra, a mãe zumbi ressurge (quando o filho está doente, por exemplo), mas a constância vai diminuindo dia após dia (ou melhor, noite após noite).

Eu tive sorte no início....meu baby dormia a noite inteirinha desde que nasceu! Parecia um sonho.........e era! Pena que durou só 3 meses. Exatamente no dia em que fez 3 meses, ele passou a acordar pra mamar.....e a coisa foi piorando....e piorando....e piorando...até que, entre 7 e 10 meses, passei simplesmente a não dormir mais. Ele acordava não mais pra mamar, mas porque não queria mesmo dormir. Queria brincar, ficava agitado, chorava sem parar - cada noite era um "repertório" diferente.

Foram meses duros!! Várias vezes, passei a noite chorando com ele no colo.

Até que, aos 11 meses, realmente cheguei ao meu limite (e o maridão junto). Não tinha mais condições de continuar daquela maneira. Precisava dormir, do contrário, iria realmente enlouquecer.

Foi quando resolvemos tentar a última das alternativas - justamente aquela que éramos contra: deixar chorar. Foi difícil. Doeu muito, mas foi a solução dos nossos problemas.

Decidimos em uma noite em que fiquei tentando fazer ele dormir das 3h às 5h da manhã sem sucesso. Ele só queria ficar no colo, sem dormir. Conversamos e aplicamos a técnica assim:

- colocamos ele no berço com a chupeta (ficou bravo e começou a chorar)
- saímos do quarto
- voltamos depois de 15 minutos (deitamos ele novamente com a chupeta, dissemos que o amávamos, fizemos carinho e saímos novamente)
- voltamos depois de 15 minutos e repetimos o ritual
- o processo todo durou 40 minutos....e então ele dormiu por 5 horas seguidas

Na noite seguinte, mesmo processo, mas dessa vez, ele chorou por 15 minutos. E na outra noite, de novo, mas ele chorou apenas por 5 minutos.

A partir de então, nunca mais deu trabalho pra dormir e, hoje em dia, dorme sozinho do berço, com sua chupeta e seu paninho.

Me arrependi de não ter tentado o método antes (aprendi no livro Nana Nenê), pois foi o único que realmente funcionou. Sofremos demais....chorei junto, mas era a única alternativa restante.

Não dormir não pode ser uma rotina familiar. Todo mundo fica mal e a família acaba adoecendo. Pra cuidar bem dos pequenos, os pais precisam estar bem e o sono é parte fundamental desse bem-estar.

Só que é preciso moderação, né? Não dá pra aplicar algo assim antes dos 6 meses, por exemplo. Ou deixar a criança chorando no berço quando ela está com dor ou algum incômodo (como dentes). Só aceitamos aplicar a técnica porque era claramente mau comportamento (causado por nós mesmos, inclusive).

O fato é que ser mãe (e pai) zumbi faz parte da vida de quem tem filho. Não adianta surtar ou arrancar os cabelos. É a parte mais difícil desse início da vida a 3 (ou a 4, ou a 5....)............e passa!! Graças a Deus, passa! Mas é fundamental saber equilibrar as coisas e saber a hora em que é preciso tentar algo novo. A hora em que o limite chegou ao máximo. A hora de admitir que algo está errado e é preciso tomar uma atitude.

Algumas atitudes que podem ajudar:

- deixe a casa pra lá: quando seu baby dormir, corra e vá dormir também. Se tem louça pra lavar, pano pra passar ou o que for, fica pra depois. Nessa fase, a prioridade é dormir. Sempre que puder, durma. A falta do sono da noite nunca é compensada, mas esses cochilos te ajudam a ganhar energia pra encarar o dia a dia.
- tome um banho gostoso: espere o papai chegar e deixe o baby com ele. Vá para o banho despreocupada, relaxe, use seus produtos preferidos....sinta-se bem.
- saia de casa: não adianta ficar trancada em casa se sentindo acabada. Isso só piora as coisas. Se arrume, se perfume e saia com seu pequeno. Vale uma caminhada pelo bairro ou pelo seu condomínio, um passeio pelo shopping ou até uma ida ao mercado. O importante é circular.
- não se culpe: é comum ter pensamentos não muito bacanas durante uma noite agitada. Não se culpe por eles. Toda mãe (e pai) passa por isso e essas ideias não significam que você não ame seu filho. É só irritação, esgotamento e exaustão.
- chore: está acordada há horas, não sabe mais o que fazer, bateu aquele pânico e uma vontade imensa de chorar? Pois chore!! Chore muuuuuuuuito!! Isso faz bem e lava a alma. Se não quiser chorar perto do bebê, peça para o maridão segurar as pontas e vá para onde você se sentir mais confortável. E chore......

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