quinta-feira, 5 de março de 2015

Bebê sonolento X Amamentação

Muitas mamães de recém nascidos me escrevem comentando que têm muita dificuldade pra amamentar, pois os pequenos só querem dormir. Achei bacana transformar esse tema em post, pois é algo muito comum nessa fase inicial.

Os bebês realmente sentem muuuuuito sono!! Dormem praticamente o dia todo, mas precisam se alimentar, né? Então, cabe aos pais apelarem para alguns truques (pelo menos 1 deles vai dar certo com seu baby). Eles valem tanto para acordar o bebê na hora da mamada quanto para despertá-lo quando pega no sono mamando.

- Algodão molhado: molhe uma bolinha de algodão na água (em temperatura ambiente - nem gelada, nem morna) e passe no rosto do bebê, principalmente testa, bochechas e nuca.

- Tire a roupinha do baby: vá aos poucos, começando pelas meias, se não funcionar, tire as luvinhas (caso use). Não adiantou? Tire a calça.....e assim vá indo mesmo que seja preciso deixar o pequeno só de fralda (no inverno, cubra-o com uma manta, ok?).

- Faça cócegas: suavemente, faça cócegas nos pés do bebê. Também vale cintura, pescoço e axilas.

- Respire fundo: muitas vezes, basta o movimento do seu tronco para acordar a criança e fazê-la voltar a sugar.

- Leve pressão: faça movimentos do queixo ao pescoço do bebê, com uma leve pressão.

- Troque o lado da mamada: a movimentação para mudar de peito acorda o baby. Neste item, vale também mudar a posição da mamada: a "cavalinho" é muito boa, com o bebê sentado.

- Troque a fralda: aproveite o momento pra trocar a fralda, já que, ao ficar sem roupas, o baby acaba despertando (não indico essa tática para as mamadas da madrugada).

- Faça a compressão da mama: apertando o seio, o leite irá sair e, automaticamente, o bebê começará a mamar de novo.

IMPORTANTE: se o bebê estiver constantemente com muuuuuita dificuldade pra acordar, sem reação motora quando vocês puxarem o bracinho, por exemplo, é bom falar com o Pediatra, pois isso pode ser sinal de hipoglicemia e precisa ser avaliado, ok?

Texto bem bacana sobre isso:

O que é hipoglicemia?

Hipoglicemia significa "pouco açúcar no sangue" (baixo nível de glicose no sangue). Quando um bebê fica hipoglicêmico, e o problema não é tratado, ele pode ter problemas de saúde -- assim como qualquer pessoa. Cada célula do corpo precisa de um suprimento de açúcar (a glicose) para funcionar. 

Recém-nascidos saudáveis fabricam glicose a partir do açúcar e dos nutrientes presentes no colostro, o líquido que os seios da mãe produzem antes do leite materno em si. Mais tarde, os bebês produzem glicose a partir do leite materno já maduro. 

Quando o nível de glicose no sangue fica abaixo do recomendável, o bebê pode ficar apático, molinho, com tremores nas extremidades, e corre o risco de ter convulsões. Se a glicose no sangue ficar baixa por muito tempo, podem ocorrer lesões cerebrais. 


Por que alguns bebês ficam com hipoglicemia?

A grande maioria dos bebês saudáveis, que tenham nascido depois de 37 semanas de gestação, não corre risco de ter hipoglicemia. Eles conseguem compensar com facilidade as quedas normais no nível de açúcar no sangue. Com a amamentação no sistema de livre demanda, ou seja, sempre que pedir, o bebê obtém todo o leite de que precisa para manter os níveis de glicose estáveis. 

Alguns bebês, no entanto, correm risco de ficar com hipoglicemia. São eles: 
  • Bebês prematuros e que nasceram com baixo peso para a idade gestacional. Pode ser que eles tenham baixos níveis de glicogênio no fígado (reserva necessária para fabricar a glicose). Como eles têm poucos depósitos de gordura no corpo, também ficam sem ter de onde tirar energia extra. Além disso, como são pequenos, podem ter dificuldade de mamar.
  • Bebês de mães diabéticas.
  • Bebês que tiveram dificuldade respiratória logo depois do parto.
  • Bebês que sofreram de hipotermia (baixa temperatura do corpo).

Os médicos costumam fazer exames para medir a glicose no sangue dos bebês que correm risco especial para a hipoglicemia. Exames de sangue analisados em laboratório são mais precisos que aqueles feitos com aparelhinhos instantâneos e uma gotinha de sangue. 


Como a amamentação é afetada?

Na década de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a ficar preocupada porque, na tentativa de corrigir a hipoglicemia, os médicos estavam desestimulando o aleitamento materno, já que a primeira providência para elevar o nível de açúcar no sangue de um recém-nascido hipoglicêmico era dar fórmula artificial de leite ou água com açúcar. Essas medidas realmente corrigem rápido a hipoglicemia, mas também têm desvatagens: 
  • se o bebê receber uma quantidade de fórmula muito grande, o estômago dele ficará distendido e ele "esperará" o mesmo volume quando mamar no peito, o que pode não acontecer, já que a fabricação de leite materno ainda está se estabelecendo.
  • se o bebê tomar muita fórmula, pode ficar sonolento e perder o interesse pelo seio por algum tempo.
  • a mãe pode ficar com a impressão errônea de que o leite dela não é o melhor alimento para o bebê.
  • se o bebê receber mamadeira antes de aprender a fazer a "pega" correta no seio, ele pode ter dificuldade para mamar no peito.
  • a amamentação exclusiva -- sem nenhum outro complemento -- é comprovadamente a melhor maneira de dar ao bebê proteção contra alergias e infecções.


Qual é a orientação de tratamento?

Atualmente, a posição da Organização Mundial da Saúde é que não se sabe exatamente qual é o nível "correto" de glicemia em um recém-nascido saudável, amamentado no peito. Por isso não há muito sentido em fazer exames, a não ser que apareça algum outro sintoma preocupante. Como essa diretriz é relativamente nova, é possível que muitos pediatras ainda prefiram tratar bebês que estejam com níveis baixos de açúcar no sangue. 

Fonte: BabyCenter

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